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Somos Míopes Porque Somos Breves
Esta frase não surgiu de um pensamento, mas sim, de uma conclusão, da soma de quase tudo que aprendi na vida. Eu sou, em essência, um pensador, um contestador. Aprendi com ídolos como o Carl Sagan a ser assim. E dificilmente “engulo” a primeira visão que me passam de um assunto.
Dito isto, comecei a observar o mundo (ainda moleque, dez, onze anos) e a contestá-lo (antes não o fazia com tanta veemência, já que enquanto era criança tendia a achar que os adultos sabiam mais do que eu e, por isso, não devia duvidar deles). E comecei a perceber algumas coisas interessantes…
Tive a sorte de estudar em um colégio muito bom daqui de São Paulo, que já não existe mais, o Galileu Galilei. Lá, durante todo o colegial, estudei nas aulas de história um único livro, “A História da Riqueza do Homem”, do Leo Huberman (obrigado, professora Zezé). Me lembro de que estava acostumado a estudar os eventos históricos por tópicos até ali, “a independência do Brasil ocorreu em 1822, quando Dom Pedro gritou…”. E, agora, estava estudando QUEM GANHOU com a independência do Brasil. QUEM GANHOU com a revolução francesa. QUEM GANHOU com as cruzadas. Estas informações foram mostrando, na minha mente, as engrenagens por trás destes eventos. ME ENSINARAM A PENSAR. E fazer isto com uma mente contestadora… É jogar gasolina para apagar o fogo!
Foi nesta época, por exemplo, que comecei a questionar seriamente a ideia de Deus. Eu não era católico nem filho de alguém que me tivesse imposto uma religião mas, assim como a maioria das pessoas…