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O Piloto Que Pousou Seu Avião Sem Perceber
Enquanto a aviação ainda engatinhava, os aviões eram muito pouco confiáveis. Várias áreas, então, eram evitadas, já que não se sabia se um pouso forçado seria necessário ou não — melhor voar perto de aeroportos, certo? Mas, com o tempo, os motores foram ficando mais confiáveis e as tripulações, mais ousadas. Foi nesta época em que uma atividade até ali inédita começou a acontecer: o voo sobre as calotas polares.
Os maiores desafios ao sobrevoá-las eram o tempo, que nunca era dos melhores por ali, e o próprio terreno em si, já que não haviam mapeado o lugar com detalhes, afinal aqueles eram os primeiros voos a acontecer por ali. Resumindo, não se sabia o que havia embaixo.
Em 27 de janeiro de 1943, o comandante de um PBY Catalina da Força Aérea Americana, o hidroavião da imagem acima, prefixo 7278, estava sobrevoando a Groenlândia. Tempo ruim, mapas incompletos, visibilidade terrível… Resolveram, então, baixar a altitude, tentando “fugir” da camada de nuvens. A única precaução foi manter a altitude máxima conhecida daquele terreno porque, com neve por todos os lados e tempo nublado, a percepção do que é em cima e do que é embaixo fica bem prejudicada. O tempo piorou, as nuvens ficaram mais baixas… E eles começaram a voar ABAIXO da altitude máxima conhecida do terreno.