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As Máscaras Nos Queixos E A Derrocada Do Brasil
Em 1666 houve um enorme incêndio em Londres. Mais de trezentas casas pegaram fogo no primeiro dia. Muita coisa, não? O problema foi que as dimensões do incêndio foram grandes demais, e os bombeiros não estavam dando conta. O prefeito, então, tentou uma solução alternativa: demolir casas e empresas próximas do incêndio para, assim, impedir que as casas adjacentes queimassem também. Ele criaria uma “barreira” ao retirar casas do caminho. O incêndio não teria o que queimar, e não se propagaria.
O problema foi que os donos destas casas não deixaram que fossem derrubadas. E seus argumentos foram “Londres já sobreviveu a outros incêndios!”, “O fogo ainda está distante, vai apagar antes de chegar aqui!” ou “E quem vai pagar pela minha casa demolida?”.
Ok…
O prefeito, um homem bem intencionado, mas sem pulso, desistiu de ordenar a demolição.
E o incêndio continuou seu trabalho. No segundo dia, já eram três mil casas queimando! Nestas alturas acharam que valia a pena demolir algumas casas para parar o incêndio, mas as equipes de demolição simplesmente não davam mais conta: o incêndio chegava antes da demolição acabar.
Finalmente, no terceiro dia, o Rei interviu, ordenando que EXPLODISSEM casas para formar a barreira. Esta ação, além da chegada até o Tâmisa, finalmente debelou o incêndio. Resultado final? Treze mil casas destruídas. Setenta mil londrinos desabrigados, de uma população de oitenta mil.