A Minha “Quase Trágica” Estréia Nos Palcos Do Teatro

O Resto Do Elenco Simplesmente Se Esqueceu De Entrar, Me Deixando Sozinho Em Frente À Plateia

Quando comecei a estudar teatro, havia acabado de descobrir que tinha facilidade para falar em público. Isto em si foi uma surpresa, já que eu era muito tímido e tremia de medo ao me dirigir a um grupo maior do que duas pessoas. Mas eu realmente tinha facilidade, e fui perdendo o medo aos poucos.

As primeiras quatro ou cinco peças que fiz foram apresentadas em salas de ensaio dentro do Célia Helena. Como o nome diz, SALAS. Nunca tivemos uma grande platéia, vinte ou trinta pessoas foi o máximo de gente que nos viu.

Finalmente, no segundo semestre do curso profissionalizante, usamos o teatro pela primeira vez. Um teatro com uns cento e cinquenta lugares.

Ótimo.

Ótimo?

Não…

Minha turma era um cocô.

Todos estavam extremamente deslumbrados com o teatro — isto não é muito raro de se acontecer — e, com o deslumbramento, veio a negligência. Muita bagunça, muita brincadeira e pouco ensaio fizeram com que a turma, a uma semana da estréia, AINDA ENSAIASSE COM O TEXTO NA MÃO. Era para tudo já estar decorado há tempos… Quando o diretor notou isto, pirou. Disse que não nos ensaiaria mais até a estréia. Que teríamos que nos virar para fazer um bom trabalho.